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Mostrando postagens de 2021

JUSTIÇA DETERMINA AFASTAMENTO DE PRESIDENTE DO IPHAN

FAVORECIMENTO DE JAIR BOLSONARO AO AMIGO EMPRESÁRIO LUCIANO HANG FEZ A JUSTIÇA DECRETAR AFASTAMENTO DA PRESIDENTE DO IPHAN, LARISSA DUTRA Por Alexandre Figueiredo A Justiça Federal do Rio de Janeiro acatou solicitações do Ministério Público Federal e do ex-secretário de Cultura e deputado federal licenciado Marcelo Calero (Cidadania-RJ), que moveu uma ação popular, e determinou hoje o afastamento da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Larissa Dutra, no cargo desde junho de 2020. Um dos motivos teria sido o favorecimento do presidente da República Jair Bolsonaro ao amigo e empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas HAVAN, em cuja filial na cidade de Rio Grande (RS) foram encontradas peças arqueológicas. Bolsonaro teria impedido a interdição das obras da loja, intervindo no IPHAN para favorecer o aliado. As peças arqueológicas encontradas eram vários utensílios de cerâmicas do período pré-colonial de indígenas tupi-guaranis que viveram na reg

ALODOXIA E FUNCIONALISMO NAS TESES ACADÊMICAS: DESPROBLEMATIZANDO AS PROBLEMÁTICAS

Por Alexandre Figueiredo A discriminação do senso crítico nos meios acadêmicos, nos quais a produção de teses de pós-graduação seguem uma lógica de pretensa objetividade, sob o pretexto de que a transmissão de conhecimento crítico é tido como "opinativo demais", é uma tendência que reflete duas tendências não muito conhecidas pelo público leigo. Uma delas é a alodoxia cultural, que é uma abordagem na qual o discurso do Outro, analisado em um suposto problema fenomenológico, é legitimado como uma narrativa prestigiada, descrita na tese acadêmica de maneira acrítica, aliás, com o aspecto descritivo levado às últimas consequências, praticamente transformando a problemática em patrimônio. A alodoxia cultural supervaloriza o sentido de alteridade, mas não pela capacidade nem ao menos como tentativa de compreender a natureza do Outro, e nem enxergá-lo de maneira realmente objetiva sob o menor risco de julgamentos preconceituosos, mas antes de apreciá-lo como um fenômeno exótico ou

UM LIVRO EXPLICA O OUTRO

Por Alexandre Figueiredo O contraste que está havendo entre o meu grande sucesso literário, Música Brasileira e Cultura Popular em Crise  (sucesso na Amazon, mas aqui indico o linque alternativo do Clube de Autores), e o polêmico Esses Intelectuais Pertinentes...  é absolutamente injustificável. Os dois livros promovem o mesmo debate sobre a crise da cultura brasileira, sendo que Esses Intelectuais Pertinentes...  mostra, com detalhes, a campanha do pretenso "combate ao preconceito", mencionando os principais intelectuais envolvidos e mostrando os próprios textos e o próprio discurso deles. O descaso de setores da chamada opinião pública para a obra que questiona essa campanha intelectual, como Esses Intelectuais Pertinentes... , que chegou a receber, na Internet, "resenhas" de pessoas que nunca leram o livro e se iludiram com vagas sinopses, é ilustrativo nesse mercado literário dominado por obras anestésicas que não contribuem em coisa alguma na formação de Conhec

A IDEIA É BREGALIZAR PRIMEIRO PARA EMEPEBIZAR DEPOIS?

O BREGANEJO DANIEL E O CROONER  ALEXANDRE PIRES. ÍCONES DA ONDA DO "BREGA VINTAGE" ORIUNDOS DOS ANOS 1990. Por Alexandre Figueiredo O recente episódio da perda da cantora e compositora Marília Mendonça, morta num acidente aéreo na cidade de Caratinga, Minas Gerais, causou um clima de comoção tão grande que houve manifestações de elogios exagerados à cantora, como se a falecida não tivesse sido uma cantora comercial de "sertanejo universitário", uma das vertentes do comercialismo brega-popularesco, mas uma "revolucionária da MPB", como a imprensa cultural "isenta" nos fazia crer. Com todo o respeito em relação à tragédia e à afetividade, profunda e sincera, dos fãs com a cantora, as reações de certas pessoas, que falavam até que Marília fez "alguns clássicos da MPB" e que "revolucionou a canção dor-de-corno e inseriu o feminismo na música sertaneja", soam como um exagero que pode ser válido no âmbito do sentimentalismo idealiza

MEDIOCRIDADE CULTURAL: HORA DE "PASSAR O PANO"

INTERNATIONAL MAGAZINE, MAURO FERREIRA, IVAN LINS, TIÊ (COM LUAN SANTANA): EXEMPLOS DE COMPLACÊNCIA À MEDIOCRIDADE CULTURAL, REPRESENTADA PELA METÁFORA DE "PASSAR O PANO" ILUSTRADA PELO DESENHO DO PICA-PAU. Por Alexandre Figueiredo O Brasil não está culturalmente bem. A ilusão de uma suposta prosperidade sócio-cultural se reflete na alta produtividade dos internautas nas redes sociais, na oferta aparentemente infinita da diversidade cultural e na própria experiência solipsista dos defensores, que têm poder aquisitivo para viajar para o Exterior e adquirir bens culturais e caros. A prosperidade é uma grande ilusão, se percebermos que a mediocridade cultural, que no Brasil ocorria há, pelo menos, 50 anos, se intensificou de forma que ela se tornou praticamente um beco sem saída, no qual mesmo as pessoas com algum nível de esclarecimento aderem, seja por complacência, seja para evitar o isolamento pela chamada "Espiral do Silêncio". Exemplos dessa atitude complacente,

ESQUERDAS BRASILEIRAS SE PERDEM NO MANIQUEÍSMO ALEGRIA X RAIVA

Por Alexandre Figueiredo As esquerdas estão pagando o preço determinado pelo brega-identitarismo que soterrou as causas trabalhistas e permitiu o sufocamento dos movimentos sociais, inclusive o golpismo político que atuou imediatamente para enfraquecer os sindicatos proletários e dificultar financeiramente as ações trabalhistas pela extorsão legalizada (trabalhadores que processam patrões por abusos trabalhistas, se perderem a causa, terão que pagar custos advocatícios não se sabe com que dinheiro). A bregalização cultural, que foi a causa maior de uma elite de intelectuais badalados pelos meios esquerdistas, mas oriundos dos porões acadêmicos do PSDB, se firmou no imaginário das esquerdas através de um discurso vitimista, em que os fenômenos popularescos de grande sucesso eram descritos da forma coitadista, sob a desculpa esfarrapada do "preconceito". Meu livro  Esses Intelectuais Pertinentes...  dá detalhes sobre essa campanha de "combate ao preconceito" que iludi

POR QUE EXISTE A ILUSÃO DE QUE A CULTURA DO BRASIL VIVE "ÓTIMA FASE"?

A AMPLA MOVIMENTAÇÃO DO INSTAGRAM DÁ A FALSA IMPRESSÃO DE INTENSA E PRÓSPERA ATIVIDADE CULTURAL. Por Alexandre Figueiredo Há uma falsa impressão, não só nas bolhas sociais mas em setores dominantes da chamada opinião pública, de que o Brasil vive a "melhor fase cultural de sua história". Isso vem acompanhado de justificativas clichês de intelectuais dotados de alta visibilidade, seja na mídia ou nos meios acadêmicos, de que "nunca existiram tantas vozes e tantas narrativas em curso no nosso país", dando a crer que nosso país está culturalmente fértil e relevante. Mas sabemos que a situação não está assim. Não é porque faltem artistas nem intelectuais de qualidade e grande expressividade, mas é porque o cenário de visibilidade e prestígio é mais seletivo e o que predomina nas redes sociais e no entretenimento dominante difundido pela grande mídia são nomes medíocres da chamada cultura brega-popularesca, como os ídolos musicais "populares demais" e as subcel