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Mostrando postagens de agosto, 2012

DIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, FESTA E PUBLICAÇÕES

Por Alexandre Figueiredo Hoje, 17 de agosto, é o Dia do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, uma data relacionada a um tema que ainda rende controvérsias, principalmente num país onde a memória curta é ainda um dos hábitos de maior orgulho para parte da opinião pública. Além de lembrarmos a trajetória do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que, surgido como SPHAN (serviço) e tendo passado por diversas siglas e nomenclaturas, existe desde 1936, de forma provisória, e desde 1937 através de sua regulamentação, lembramos também da figura de seu primeiro diretor, o advogado mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, um de seus membros fundadores junto ao poeta Mário de Andrade e com o apoio de uma geração de intelectuais, das quais Oscar Niemeyer é um dos últimos sobreviventes. Rodrigo dirigiu o SPHAN até 1967, quando se aposentou, dois anos antes de morrer. Mas sua conduta cheia de dificuldades e enfrentando sérias limitações de ordem institucional, econômic

INCÊNDIO PODE TER COMPROMETIDO QUADROS PRECIOSOS

Por Alexandre Figueiredo Numa época em que as gerações mais recentes desconhecem o que é a verdadeira cultura - a "cultura" que eles conhecem só é aquela imposta pela grande mídia - , quando ocorre alguma tragédia, a situação fica ainda mais preocupante. Na noite de ontem (13/08/2012), aconteceu um incêndio na casa do colecionador de arte Jean Boghici, em Copacabana. Havia muitas obras de arte no local, incluindo quadros de Di Cavalcanti - como Samba (foto), de 1925 - , Tarsila do Amaral e até Carlos Vergara (que continua vivo e ativo). Até agora não se sabe oficialmente o tamanho do prejuízo causado, mas o incêndio obrigou os moradores do prédio, localizado nos arredores da Rua Barata Ribeiro. Segundo um morador, o incêndio teria começado no quarto. Vários documentos e quadros teriam sido atingidos. Não houve feridos nem vítimas fatais, mas os familiares do colecionador tiveram que sair imediatamente do prédio. Em 2009, um incêndio atingiu outro apartamento no

QUANDO INTELECTUAIS DEFENDEM NÃO A CULTURA, MAS O HIT-PARADE

Por Alexandre Figueiredo Algo muito estranho acontece na intelectualidade brasileira. Nos últimos 15 anos, historiadores, sociólogos, antropólogos e críticos musicais que deveriam zelar pela verdadeira cultura popular, passam a defender, em vez disso, uma "cultura" marcada pelo comercialismo mais explícito, mas que é considerado oficialmente como "popular". Desde que o historiador baiano Milton Moura publicou o ensaio "Esses Pagodes Impertinentes...", na publicação Textos de Cultura e Comunicação da Universidade Federal da Bahia - mas com um conselho editorial envolvendo professores de várias universidades - , defendendo o "pagodão" derivado do fenômeno É O Tchan, a intelectualidade pegou gosto de defender a "indústria cultural", mesmo afirmando defenderem a "verdadeira cultura popular". O É O Tchan chegou até mesmo a ser incluído num documentário sobre folclore, apresentado por Gilberto Gil e produzido pelo antropólo