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Mostrando postagens de abril, 2022

1965: QUANDO O CARNAVAL CARIOCA ROMPEU COM AS RAÍZES POPULARES

RITMISTAS SE APRESENTAM NO DESFILE DO CARNAVAL CARIOCA DE 1965, O CANTO DO CISNE DAS RAÍZES POPULARES. Por Alexandre Figueiredo Em todo ano, nas últimas décadas, a mídia faz uma cobertura entusiasmada do Carnaval, dando a crer que o glamour dos desfiles, simbolizado principalmente por mulheres famosas que se tornam estrelas na ala da bateria de cada escola de samba, continua expressando um vínculo orgânico com as classes populares. Mesmo a imprensa "isenta", simbolizada no Rio de Janeiro pelos jornais O Dia e Extra / O Globo, evoca essa esfera de ilusão, em que o comercialismo é uma ideia praticada de forma explícita, mas que no discurso é posta debaixo do tapete, fazendo com que o internauta médio entendesse a "cultura de massa" sempre como um processo tão natural quanto o ar puro de uma floresta. No entanto, por trás dessa propaganda dos festejos momescos há uma realidade muito triste. Pelo menos no Carnaval do Rio de Janeiro, embora casos semelhantes ocorram em o

"COMBATE AO PRECONCEITO" OU GLORIFICAÇÃO DO OPRIMIDO?

  "BAILE FUNK" EM SÃO PAULO - Exemplo do mito da "pobreza linda". Por Alexandre Figueiredo A sociedade dita progressista vai dormir tranquila ao imaginar que o culturalismo conservador, conceito lançado pelo sociólogo Jessé Souza, se limita, na prática, ao moralismo da Operação Lava Jato, à pedagogia familiar e à propaganda bravateira do presidente Jair Bolsonaro. A doce ilusão de uma pretensa prosperidade cultural, marcada pela alta produtividade nas redes sociais e na indústria do entretenimento, faz muita gente imaginar que vivemos um excelente cenário da cultura brasileira, mesmo com tantos ídolos medíocres e tantas subcelebridades que fazem com que o Big Brother Brasil tenha uma pretensão de grandiloquência supostamente maior do que a grandeza da fase áurea de Hollywood (1935-1960). A ilusão de uma grande movimentação cultural, com produção intensa de factoides e de polêmicas supostamente instigantes - mas que atuam como fogos de palha ao caírem no esquecimento