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Mostrando postagens de 2006

LEI DA MATA ATLÂNTICA É APROVADA APÓS 14 ANOS DE ESPERA

Por Alexandre Figueiredo O Senado Federal aprovou, na noite do dia 29 de novembro de 2006, o projeto que regulamenta a exploração e a preservação das áreas de Mata Atlântica remanescentes no país. O projeto estava em tramitação desde 1992 e seguiu para ser sancionado pelo Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva. O projeto teve origem em proposta feita pelo então deputado Fábio Feldman, que apresentou na Câmara Federal o Projeto de Lei número 3.285, que originalmente contava com apenas doze artigos. O projeto não é devidamente debatido e, no encerramento do mandato legislativo de 1991-1994, chegou a ser arquivado. Feldman propôs, em fevereiro do ano seguinte, o desarquivamento do PL 3.285/92. No decorrer dos anos, vários substitutivos foram lançados por diferentes parlamentares até chegarem à versão que foi aprovada primeiro pela Câmara dos Deputados, em 2003, seguindo depois para Senado Federal. Como o texto aprovado pelos senadores foi alterado por emendas, voltou para a Câ

PARAÍBA TERÁ PRIMEIRA CASA DO PATRIMÔNIO DO BRASIL

Por Alexandre Figueiredo Um antigo sobrado localizado no número 23 da Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico de João Pessoa, capital da Paraíba, está destinado a uma nova função. Adquirida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pela quantia de R$ 80 mil reais, a construção inaugura no país o conceito de Casa do Patrimônio e será a nova sede da 20ª Superintendência Regional (SR) da instituição, que envolve os Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. O projeto das Casas de Patrimônio teve origem na proposta do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (DEPAM), com o objetivo de melhorar e modernizar o funcionamento das Superintendências Regionais e dos escritórios técnicos do IPHAN. Essa reestruturação, que será gradual, e tem como objetivo transformar esses órgãos em agências culturais de cada localidade, capazes de atender a estudantes, pesquisadores, turistas, visitantes de lugares tombados e à população. A definição das Casas de Patrimônio se baseia

O SIMULACRO DE CULTURA POPULAR NA MÚSICA DO BRASIL

Por Alexandre Figueiredo Já se falou, no texto sobre a música brega, que seu universo é um simulacro de cultura popular brasileira, em que caraterísticas associadas às classes pobres são utilizadas para promover uma série de ritmos e tendências associados à idéia de cafonice, cuja projeção é reforçada pelo marketing e pela exploração biográfica de seus ídolos, muitos deles ostentando o passado miserável (muitas vezes já superado pela fortuna atual e pela atual posição social de "novos-ricos") com a mesma vaidade com que as celebridades milionárias exibem suas casas nas páginas da revista Caras. Aqui vamos definir o que é e como se desenvolve o simulacro de cultura popular pela cafonice, para entender bem que a rejeição a esse universo popularesco não parte de forma alguma de preconceitos nem de convicções elitistas. O universo popularesco, digamos, a indústria popularesca, ela é, como toda indústria, produtora de mercadorias, sob o pretexto de estar "organizando" um

A POLÊMICA DA HISTÓRIA DAS MENTALIDADES

Por Alexandre Figueiredo Recentemente, a mídia lançou mão da história das mentalidades para legitimar tendências e ídolos musicais de gosto bastante duvidoso. O "funk carioca", o pagode baiano, o forró-brega, o breganejo e outros fenômenos comerciais da música feita no Brasil sempre lançam mão de dados biográficos, de sentimentos, hábitos pessoais dos envolvidos, chegando ao ponto da ostentação da vida pessoal. Também são mostradas platéias, e se faz uma pretensa história sociológica de seus fãs. Fala-se até em "rituais" e as letras de duplo sentido - na maioria das vezes encomendada por executivos de gravadoras ou pelos empresários dos ídolos em questão - são atribuídas a uma suposta expressão da iniciação sexual dos jovens. Com essa exploração das mentalidades de ídolos duvidosos, cujo grande êxito na venda de discos, execução de rádios e apresentações lotadas é simétrico à qualidade musical, parece que a História das Mentalidades, que tomou conta da abordagem his

TERRA NATAL DO EX-PRESIDENTE DEODORO É TOMBADA

Por Alexandre Figueiredo No último dia 17 de agosto, Dia do Patrimônio Nacional, a cidade de Marechal Deodoro, no Estado de Alagoas, foi a 62ª cidade a se tornar patrimônio histórico por iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Duas semanas antes da cerimônia de tombamento, no dia 03 de agosto, foi aprovada a sua homologação, no Rio de Janeiro, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do IPHAN. A cidade foi fundada no século XVII, no ano de 1611. Sua história remete aos tempos do Brasil-colônia, quando o município foi construído pelos portugueses para evitar que o pau-brasil, tipo de árvore existente na região, fosse roubado e contrabandeado. A cidade se originou de um dos primeiros núcleos para onde o donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, enviou colonos, logo após a sua posse na capitania, em 09 de março de 1535. Segundo o historiador João Alberto Ribeiro, vestígios da localidade já deveriam existir em 1591, à margem d

MÚSICA BREGA-POPULARESCA NÃO REPRESENTA FOLCLORE

Por Alexandre Figueiredo Vivemos a hegemonia de um tipo de música classificado como "popular". Nos últimos dez anos, não faltam discursos de antropólogos, sociólogos e jornalistas querendo afirmar essa música como "uma nova visão de cultura popular". São textos que, em dado momento, não conseguem manter a verossimilhança de alguns de seus argumentos, e por isso apresentam argumentações agressivas, desqualificando aqueles que atuam em defesa de uma música popular de qualidade. Esses intelectuais do popularesco querem reafirmar o tipo de música que reflete uma perspectiva esquizofrênica, sem qualquer preocupação real com a identidade cultural brasileira, esteticamente confuso e que, em seus bastidores, esconde um esquema de dominação social, política e econômica que favorece uma minoria em detrimento de uma maioria e põe em xeque toda uma argumentação de que essa música se trata de um "novo folclore brasileiro". Os ídolos são muito conhecidos: Zezé di Camarg