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ARTIFÍCIOS DO CULTURALISMO DA CLASSE MÉDIA ABASTADA

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POR QUE A VELHA ORDEM SOCIAL CONTINUA NO PODER?

APESAR DOS EVIDENTES PRIVILÉGIOS, AS ELITES BRASILEIRAS AGORA TENTAM SE PASSAR POR PESSOAS COMUNS. Por Alexandre Figueiredo Quando Lula se lançou candidato à Presidência do Brasil, em 2022, uma nova ordem social estaria prestes a chegar ao poder? Observando bem, não. Trata-se de uma velha ordem social que, repaginada e mudada na forma e em algumas posições - pois ela se torna mais contida em seus preconceitos sociais e no seu conservadorismo - , tenta se manter no poder, se livrando de antigos anéis para preservar seus dedos. A embalagem "nova" da elite do bom atraso, uma direita moderada metida a ser "democrata e progressista" e que, trocando de coadjuvantes, subsituiu a extrema-direita fisiológica pela centro-esquerda aburguesada, não esconde que sua base cultural é a mesma dos tempos "flexíveis" da ditadura militar, entre a crise do "milagre brasileiro" no fim do governo do general Emílio Garrastazu Médici e o fim do governo do sucessor e tamb

A CENSURA "TÉCNICA" AO PENSAMENTO CRÍTICO

  Por Alexandre Figueiredo Já mencionamos que é mais possível expressar pensamento crítico em comédias do cinema comercial estadunidense do que de documentários brasileiros que se proclamem "imparciais" e "objetivos". É estarrecedor ver que o verniz da racionalidade e dos critérios técnicos para abordar qualquer assunto impõem tamanhas restrições. Aqui pensamento crítico é confundido com "opinião" e falsamente definido como "juízo de valor". Aqui o que temos é uma cosmética da racionalidade, que produz um discurso que é técnico na forma, mas seu compromisso com a produção de Conhecimento sai seriamente prejudicado e seu compromisso social de informar o público se torna, simplesmente, nulo. Documentários e monografias feitos no Brasil, em verdade, não passam de produções mercadológicas para inglês ver. Servem mais para forjar produtividade intelectual para alimentar vaidades pessoais de produtores e coordenadores. Esses "produtores e coordena

2023 FOI O ANO EM QUE UMA ELITE DE BRASILEIROS SE ACHAVA "DONA DO MUNDO"

Por Alexandre Figueiredo A prometida "reconstrução do Brasil" do governo o presidente Luís Inácio Lula da Silva, iniciado neste ano que agora se encerra, se resumiu, na prática, apenas a uma normalidade institucional, sem no entanto trazer as tão alegadas mudanças que o terceiro mandato do petista disse que, "de fato", iria implantar para valer. Diferente dos dois mandatos anteriores, Lula deixou de lado o projeto progressista para governar combinando um projeto econômico neoliberal com assistencialismo. Se Lula prometeu fazer um governo "mais à esquerda", ele realizou o contrário, apenas mantendo os projetos de grife que, no primeiro mandato, eram novidade, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Até os aumentos salariais reduziram o valor de acréscimo, pois nos mandatos anteriores chegava-se a somar R$ 120 e hoje está em torno de R$ 92. É, portanto, um governo medíocre, embora com algumas ações corretas, como comprova a normalidade institucional, na

COMO IDENTIFICAR A ELITE DO BOM ATRASO?

A MEDIOCRIDADE CULTURAL É A CAUSA DEFENDIDA, NA PRÁTICA MAS NÃO NO DISCURSO, PELA CHAMADA ELITE DO BOM ATRASO. Por Alexandre Figueiredo Estranho o Brasil de hoje, que se encontra culturalmente mais devastado do que há 60 anos, e não se fala apenas do bolsonarismo ou do lavajatismo, pois estes são apenas subprodutos de uma mentalidade maior que tenta sobreviver, agora, fazendo o papel de "apoiadora incondicional" do governo Lula. O próprio Lula, numa performance muito aquém dos seus dois mandatos anteriores - nada revolucionários, mas com alguma expectativa de um progresso significativo para o país - , facilita o protagonismo da elite vira-lata não assumida. A "elite do bom atraso", uma repaginação das velhas elites cujos ancestrais eram escravocratas, exterminadores de índios e defensores de golpes políticos, é uma parcela da elite do atraso que tenta fugir do legado existente até o golpe de 2016 e a negligência bolsonarista à pandemia da Covid-19, em 2020. Os herde

OS TATARANETOS DA GERAÇÃO DA REPÚBLICA VELHA

Por Alexandre Figueiredo O que faz a elite que apoia incondicionalmente o governo Lula e obtém hábitos estranhos, que vão desde falar "dialetos" em portinglês - como na frase "Troquei o meu boy  pelo meu dog " - até jogar comida fora depois de comer cinco garfadas de um almoço farto, ser comparável às velhas elites escravocratas, fisiológicas e golpistas do passado, incluindo a "cultura do cabresto" das elites da República Velha? Apesar do verniz de modernidade, progressismo e alegria, a elite que obteve o protagonismo no cenário sociocultural comandado pelo atual mandato de Lula - que sacrificou seus antigos princípios de esquerda preferindo artifícios como a política externa e o fisiologismo político para obter vantagens pessoais - , trata-se da mesma sociedade conservadora que tenta se repaginar apenas expurgando os radicais bolsonaristas, hoje "bodes expiatórios" de tudo de ruim que aconteceu na História do Brasil. A mediocrização cultural, a

QUINTA IGREJA MAIS ANTIGA DO BRASIL AMEAÇA DESABAR

Por Alexandre Figueiredo A quinta igreja mais antiga do Brasil e um dos vestígios da arquitetura colonial do século XVI corre o risco de desabar. A Capela de Nossa Senhora de Santana, situada em Ilhéus, no Litoral Sul da Bahia, está com a estrutura danificada devido à erosão que ocorre no Rio Santana, próximo ao local. A capela é também o monumento mais antigo da cidade baiana. Atualmente, a capela é uma propriedade privada que é mantida por seus proprietários sob a proteção legal do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), que declararam a igreja patrimônio cultural em 1984. Mas aí ocorre um impasse. As obras de restauro e proteção do imóvel são determinadas pelo IPHAN e do IPAC como de responsabilidade dos proprietários, três irmãos da família Maranhão, que não possuem recursos para os trabalhos, reivindicando os investimentos para a Prefeitura de Ilhéus. O IPHAN diz que não quer que o poder públ