IRINA BOKOVA, DIRETORA-GERAL DA UNESCO.
Por Alexandre Figueiredo
Acontece desde o último dia 19, com encerramento para o dia 29, A 35ª Sessão do Comitê de Patrimônio Mundial da UNESCO, que avaliará a situação do patrimônio histórico existente no planeta, evento que se realiza na capital da França, Paris.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN - exerce no evento sua última participação como integrante do Comitê. Neste condição, o Brasil, por meio do instituto, acatou a medida da UNESCO, órgão das Nações Unidas dedicado às ciências, à Educação e à cultura, de descentralizar as ações desempenhadas pelo Comitê do Patrimônio Mundial. Com vista neste objetivo, foi criado o Centro Lucio Costa, que se dedica à formação e pesquisa aplicada na gestão do patrimônio cultural para os países de língua portuguesa e espanhola da América do Sul, África e Ásia.
Os técnicos brasileiros avaliam a participação do país no Comitê com um saldo positivo, durante seu mandato, na medida em que foram apresentadas propostas e ideias para o debate sobre as políticas de proteção do patrimônio histórico mundial. Entre essas propostas, está a da paisagem cultural urbana, lançada à partir da candidatura do Rio de Janeiro a patrimônio mundial sob essa condição.
A proposta do Rio de Janeiro será avaliada pela UNESCO em 2012, ano em que o Comitê do Patrimônio Mundial completará 40 anos, ano em que aconteceu a "Convenção a Respeito da Proteção do Patrimônio Cultural e Natural do Mundo" na Conferência Geral da UNESCO em 16 de novembro de 1972, que resultou no documento chamado Carta de Estocolmo, devido ao local de sua realização.
Na sua gestão, o Brasil obteve a inscrição da Praça de São Francisco, em São Cristóvão, antiga capital de Sergipe, à Lista do Patrimônio Mundial. Além disso, foram estabelecidos marcos de cooperação técnica internacional com os países da região, preferencialmente os integrantes do Mercosul Cultural e dos PALOPS - países africanos de língua oficial portuguesa.
Na Presidência do Comitê do Patrimônio Mundial, o Brasil realizou em Brasília a 34ª Convenção, com mais de 180 delegações de países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial. Nesta sessão, os representantes brasileiros deram ênfase na cooperação internacional para a preservação do patrimônio histórico mundial, afirmando que sua parte está sendo feita, através do IPHAN, entre o Brasil e os países latino-americanos e africanos.
No primeiro dia da 35ª Sessão, a Diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Irina Bokova, pediu aos países maior empenho na proteção dos patrimônios mundiais. Ela afirma que "à medida que o número de lugares do Patrimônio da Humanidade cresce, assim o faz sua vulnerabilidade. Precisamos aprimorar nosso foco na preparação para riscos e gestão a longo prazo em locais do Patrimônio da Humanidade".
Segundo a UNESCO, 34 lugares em todo o mundo estão na Lista do Patrimônio da Humanidade em Perigo, como o Parque Nacional de Everglades, nos EUA, que sofre a degradação do ecossistema aquático, e a floresta tropical de Atsinanana, no Madagascar, que sofre a extração ilegal de madeira e a caça aos lêmures, hoje ameaçados de extinção.
Na América do Sul, o Parque Nacional Los Katíos, na Colômbia, as minas de sal em Santa Laura, no Chile, a cidade de Coro e sua zona portuária, na Venezuela, e o sítio arqueológico de Chan Chan, no Peru, são os patrimônios mundiais em perigo. O Brasil não apresenta um ítem sequer na lista.
A Lista do Patrimônio Mundial possui hoje 911 sítios inscritos, sendo 704 culturais, 180 naturais e 27 bens mistos. Na 35ª Sessão, serão avaliadas 37 novas candidaturas à Lista do Patrimônio Mundial, além da situação de conservação de 135 sítios já inscritos.
FONTES: IPHAN, ONU.
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