Pular para o conteúdo principal

ENCONTRO DISCUTE CIDADES HISTÓRICAS E PATRIMÔNIO MUNDIAL


Por Alexandre Figueiredo

Acontecerá, nos próximos dia 11 e 12 de abril, em Brasília, o 3º Encontro Brasileiro de Cidades Históricas Turísticas e Patrimônio Mundial, que discutirá uma gestão de políticas nacionais para o setor. O evento é promovido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em parceria com a Confederação Nacional dos Municípios e da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial.

O evento reunirá representantes de instituições estaduais e federais, gestores municipais e também membros da sociedade civil, que debaterão os modos adequados de exploração turística, além de definir responsabilidades para a estruturação dessas localidades na condição de destinos turísticos.

Num tempo difícil como o dos últimos meses, é bastante desafiador no Brasil pensar a questão do turismo e do patrimônio cultural, discutindo a administração de políticas neste sentido, que envolvem questões como a facilitação de acesso a lugares históricos e ao conhecimento de seus edifícios, além de frequentar as festas e os eventos caraterísticos de cada localidade.

Na reunião ocorrida no último dia 09 de março, a presidente do IPHAN, Kátia Bogéa, o diretor do Departamento de Articulação e Fomento do IPHAN, Marcelo Brito, estiveram com o presidente da OCBPM, Mário Augusto Ribas, e a representante da CNM, Marta Feitosa, para discutir a contribuição que o instituto fará ao evento e as experiências de cada instituição que devem ser compartilhadas com a Rede Cidades Históricas Turísticas e Patrimônio Mundial.

Está prevista também a análise sobre experiências similares feitas em Portugal, visitado por uma comitiva do IPHAN destinada a conhecer os trabalhos e os resultados dos sítios que são patrimônio mundial no país europeu.

O encontro irá avaliar também os projetos do PAC Cidades Históricas, considerado um marco nas políticas destinadas ao patrimônio cultural no Brasil e que, com a mudança do contexto político, encontra novos desafios e perspectivas. Nele serão informados recursos para recuperação e revitalização em 44 cidades beneficiadas pelo sistema, investimentos mantidos num cenário em que o atual governo do presidente Michel Temer estabelece restrições para verbas públicas.

Também serão retomadas iniciativas de gestão das cidades patrimônio mundial orientadas pelo IPHAN desde 2009 e que têm como base o acórdão 3155/2016 do Tribunal de Contas da União, voltados à facilitação de inúmeras condições de atendimento ao público que visita os lugares históricos e assiste aos eventos considerados patrimônio cultural.

Entre essas condições, estão a padronização da sinalização para facilitar o acesso e o deslocamento, a comunicação visual, a infraestrutura de transporte, as estratégias de divulgação e promoção, a iluminação e a segurança.

FONTES: IPHAN, Confederação Nacional dos Municípios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

IPHAN TOMBA CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA

Por Alexandre Figueiredo No dia 05 de agosto de 2008, o Centro Histórico da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, passa a ser considerado patrimônio histórico. Uma cerimônia realizada na Câmara Municipal de João Pessoa celebrou a homologação do tombamento. No evento, estava presente o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Luiz Fernando de Almeida, representando não somente a instituição mas também o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, ausente na ocasião. Luiz Fernando recebeu dos parlamentares municipais o título de "Cidadão Pessoense", em homenagem à dedicação dada ao Centro Histórico da capital paraibana. Depois do evento, o presidente do IPHAN visitou várias áreas da cidade, como o próprio local tombado, além do Conjunto Franciscano, o Convento Santo Antônio e a Estação Cabo Branco, esta última um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer que foi inaugurado no mês passado. Luiz Fernando de Almeida participou também da abertura da Fei...

A POLÊMICA DA HISTÓRIA DAS MENTALIDADES

Por Alexandre Figueiredo Recentemente, a mídia lançou mão da história das mentalidades para legitimar tendências e ídolos musicais de gosto bastante duvidoso. O "funk carioca", o pagode baiano, o forró-brega, o breganejo e outros fenômenos comerciais da música feita no Brasil sempre lançam mão de dados biográficos, de sentimentos, hábitos pessoais dos envolvidos, chegando ao ponto da ostentação da vida pessoal. Também são mostradas platéias, e se faz uma pretensa história sociológica de seus fãs. Fala-se até em "rituais" e as letras de duplo sentido - na maioria das vezes encomendada por executivos de gravadoras ou pelos empresários dos ídolos em questão - são atribuídas a uma suposta expressão da iniciação sexual dos jovens. Com essa exploração das mentalidades de ídolos duvidosos, cujo grande êxito na venda de discos, execução de rádios e apresentações lotadas é simétrico à qualidade musical, parece que a História das Mentalidades, que tomou conta da abordagem his...

SÍLVIO SANTOS E ROBERTO CARLOS: COMEÇO DO FIM DE UMA ERA?

Por Alexandre Figueiredo Símbolos de um culturalismo aparentemente de fácil apelo popular, mas também estruturalmente conservador, o apresentador Sílvio Santos e o cantor Roberto Carlos foram notícias respectivamente pelos seus desfechos respectivos. Sílvio faleceu depois de vários dias internado, aos 94 anos incompletos, e Roberto anunciou sua aposentadoria simbólica ao decidir pelo encerramento, previsto para o ano que vem, do seu especial de Natal, principal vitrine para sua carreira. Roberto também conta com idade avançada, tendo hoje 83 anos de idade, e há muito não renova sua legião de fãs, pois há muito tempo não representa mais algum vestígio de modernidade sonora, desde que mudou sua orientação musical a um romantismo mais conservador, a partir de 1978, justamente depois de começar a fazer os especiais natalinos da Rede Globo de Televisão.  E lembremos que o antigo parceiro de composições, Erasmo Carlos, faleceu em 2022, curiosamente num caminho oposto ao do "amigo de fé ...