Por Alexandre Figueiredo
O Instituto Brasileiro de Museus, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, funciona há pouco mais de três anos, depois que foi formalmente fundada em 2009. Formou seu primeiro quadro de servidores concursados há pouco mais de dois anos, e agora o IBRAM experimenta seu novo presidente, o jornalista e advogado Ângelo Oswaldo.
Ãngelo Oswaldo tem experiência com o patrimônio histórico em Minas Gerais por ter sido prefeito de Ouro Preto em três mandatos (1993-1996; 2005-2008; 2009-2012), tendo sido também secretário de Cultura do governo estadual entre 1999 e 2002 e, entre 1985 e 1987, foi presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Antes de Oswaldo, o IBRAM era presidido por José do Nascimento Júnior, que havia sido diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN (DEMU). Na verdade, o IBRAM havia sido uma transformação do DEMU em uma entidade independente do IPHAN, para evitar a sobrecarga de atribuições deste instituto.
Afinal, o setor de museus, que inclui também a Museologia, ciência que trata dos museus e das formas de conservação e restauração de bens materiais, já enfrentava problemas e desafios que tornaria mais penoso o trabalho do IPHAN, pelo aumento de compromissos que este possui.
Nos últimos anos, devido à regulamentação do patrimônio cultural imaterial pelo Decreto 3551, de 04 de agosto de 2000, o IPHAN passou a dar ênfase nesse tema, sem deixar de se responsabilizar pelo patrimônio material e outras atribuições que exercia desde seus primórdios em 1937.
Daí a necessidade do surgimento do IBRAM, como um outro órgão responsável pelos bens históricos, mas dentro do âmbito dos museus e dos trabalhos museológicos. A ideia de manter o comando do diretor do DEMU, Nascimento Júnior, como primeiro presidente do IBRAM, foi uma forma de promover a reestruturação do órgão na atual autarquia.
Era um trabalho de transição, de transformação de um departamento num órgão autônomo, e de iniciação de seus trabalhos como uma instituição especializada. Daí que a administração de José do Nascimento Júnior, para a lógica da instituição, serviu para garantir a continuidade de trajetória entre o antigo DEMU e o atual IBRAM.
Correram boatos de que José do Nascimento Júnior tenha sido demitido por causa de divergências com a atual ministra da Cultura, Marta Suplicy. Em entrevista ao jornal O Globo, Nascimento Júnior, que é antropólogo paulistano, desmentiu os rumores e afirmou que sua demissão foi um consenso no conselho da instituição.
Na entrevista, Nascimento Júnior apontou algumas realizações sob seu comando: entre outras coisas, elevação para 1.000% o dinheiro financiado para os museus, aumento de visitantes de museus em 460% em relação a 2003 e o aumento de dois para 14 o número de cursos de Museologia no Brasil.
Entre as atividades pendentes, o ex-presidente do IBRAM aponta a necessidade de baixar para zero o valor de impostos de exportação e importação de obras de arte que já havia reduzido, tempos atrás, para 4%, e a integração entre museus e Internet através do projeto Acervo em Rede.
O Acervo em Rede é uma das iniciativas associadas ao Sistema Nacional de Museus, plano que o atual presidente pretende consolidar, ampliando o número de museus cadastrados no sistema. Oswaldo também pretende fortalecer a visitação de turistas nos museus brasileiros, e, sem dar detalhes, disse que o Ministério da Cultura irá em breve anunciar um grande investimento neste sentido.
A nomeação de Oswaldo para a presidência do IBRAM foi publicada no último dia 09 no Diário Oficial da União. Em seu currículo, além das funções acima citadas, ele também integrou o conselho consultivo do IPHAN, entre 1994 e 2002, e os conselhos da Fundação de Arte de Ouro Preto e do departamento de Patrimônio Cultural da Prefeitura de Belo Horizonte.
FONTES: O Globo, Ibram.
Comentários