Por Alexandre Figueiredo
A semana foi marcada pelo reconhecimento, por parte da UNESCO, do título do Patrimônio Mundial para a Paisagem concedido ao Rio de Janeiro, no último domingo.
O título foi dado durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial das Nações Unidas, realizado em São Petersburgo, na Rússia, reunião que se iniciou em 25 de junho passado.
Na delegação brasileira, estavam presentes na ocasião a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Luiz Fernando de Almeida, que comemoraram a decisão. É mais um patrimônio brasileiro que agora faz parte da lista do Patrimônio Mundial.
O evento, que se encerra hoje, celebra os 40 anos da Convenção de 1972, documento lançado pelo Congresso Nacional da UNESCO (Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas) realizado em UNESCO, que lançou as diretrizes para a proteção do patrimônio mundial cultural e natural. No evento, foi lançada a primeira Lista do Patrimônio Mundial a partir de suas diretrizes.
Na reunião de São Petersburgo, também foram considerados patrimônios mundiais: o sítio neolítico de Çatalhöyük, (Turquia), o sítio fossilífero de Chengjiang (China), os lagos de Unianga (Chade) e a reserva natural de Shanga (Camarões, República do Congo e República Centro-Africana), as casas de fazendas decoradas de Halsingland (Suécia) e os maiores sítios de mineração da Valônia (Bélgica) e a Igreja da Natividade (Cisjordânia).
Na lista que hoje inclui 962 bens culturais reconhecidos pela UNESCO, o Brasil possui outros 18 bens culturais, reconhecidos em suas respectivas datas: Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, em Minas Gerais (1980); Centro Histórico de Olinda, em Pernambuco (1982); as Ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul (1983); Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, em Minas (1985); o Centro Histórico de Salvador, na Bahia (1985); Conjunto Urbanístico de Brasília, no Distrito Federal (1987); Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí (1991); Centro Histórico de São Luís, no Maranhão (1997); Centro Histórico de Diamantina, em Minas Gerais (1999); Centro Histórico da cidade de Goiás, no Estado homônimo (2001); Praça de São Francisco em São Cristovão, antiga capital de Sergipe (2010).
O Rio de Janeiro se candidatou a Patrimônio Mundial em 2009. Buscando conjugar a importância da cidade como centro urbano e paisagem natural, o IPHAN elaborou um dossiê que foi enviado para os técnicos da UNESCO, que avaliaram o documento recebido. Além da Convenção de 1972, o Patrimônio Mundial recebeu também novos critérios a partir da perspectiva de paisagem cultural lançada pela UNESCO em 1992.
A própria escolha do Rio de Janeiro abre um novo precedente para avaliar as paisagens culturais do mundo inteiro, já que antes da cidade as paisagens culturais eram reconhecidas em áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais e bens de valor simbólico e religioso.
Com o reconhecimento do Rio de Janeiro como patrimônio mundial, insere-se a paisagem urbana e a vida moderna no âmbito dos patrimônios históricos mundiais, não apenas evocando o passado, mas o presente, suas transformações e as expectativas para a vida futura.
FONTES: IPHAN, Agência EFE, Deutsche Welle.
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