Por Alexandre Figueiredo
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional iniciou suas atividades em 2012 avaliando os tombamentos do Centro Histórico de Manaus, no Amazonas, de Oiras e Piracuruca, no Piauí e de Antonina, no Paraná. A instituição também criou um grupo permanente de trabalho dedicada aos recursos genéticos existentes no Brasil.
Além disso, o Conselho Consultivo do IPHAN elabora o registro como Patrimônio Cultural do Ofício e dos Modos de Fazer a atividade de produção das Bonecas Karajá, proposta feita pelas tribos indígenas que vivem nas aldeias Buridina e Bdè-Burè, localizadas em Aruanã, na cidade de Goiás (GO), e nas aldeias Santa Isabel do Morro, Watau e Werebia, localizadas na Ilha do Bananal no Estado de Tocantins, com o apoio dos membros das aldeias Buridina, Bdè-Burè e Santa Isabel do Morro.
A produção de bonecas Karajá, além de expressar o imaginário infantil das populações indígenas, é fonte de renda para suas famílias, e servem também como expressão de socialização das crianças nas tribos.
Os projetos de tombamento envolvem, em Manaus, o trecho localizado entre a orla do Rio Negro e o entorno do Teatro Amazonas, trechos marcados pela sua concepção arquitetônica e pelo cotidiano social movimentado, principalmente durante o ciclo da borracha, entre 1890 e 1910.
Em Piauí, cidade colonizada a partir do interior e não do litoral, devido às condições problemáticas de navegação - e o que fez ter uma capital fora do litoral, Teresina - , a ênfase está na importância histórica das cidades de Oeiras e Piracuruca neste processo de colonização e desenvolvimento social do Estado.
O tombamento irá articular a política patrimonial das duas cidades com a já formada Parnaíba, e Teresina também terá bens tombados, como o antigo Pátio Ferroviário e a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes. Também está previsto o registro da Arte Santeira em madeira do Piauí e da Cajuína, como patrimônios imateriais do Piauí.
Quanto à Antonina e, por conseguinte, por outra cidade litorânea vizinha, Paranaguá, a ênfase está na importância do litoral paranaense na economia portuária brasileira, e Antonina terá seu centro histórico tombado, incluindo a área remanescente das antigas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, que movimentaram a economia da região.
Enquanto isso, foi formado um grupo de trabalho permanente, no IPHAN, para tratar dos procedimentos e da realização de atividades decorrentes do credenciamento do instituto junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGEN/Departamento do Patrimônio Genético – DPG/Secretaria de Biodiversidade e Florestas – SBF/MMA – conforme a Deliberação nº 279/2011, do Ministério do Meio Ambiente.
A medida permitirá maior agilidade e integração, entre os técnicos do IPHAN e a comunidade científica, para a realização de pesquisa científica que envolve conhecimentos tradicionais vinculados aos recursos genéticos, que também fazem parte do patrimônio cultural brasileiro.
FONTE: IPHAN
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