Pular para o conteúdo principal

CIDADES HISTÓRICAS GANHARÃO CINECLUBES



Por Alexandre Figueiredo

A Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através do programa Mais Cultura (que, para o setor, é conhecido como Cine Mais Cultura), investirão em novos cineclubes nas cidades históricas localizadas em todo o Brasil. A parceria, assinada em dezembro do ano passado, prevê que, na primeira fase de implantação, 28 cidades históricas sejam beneficiadas com novos cinemas.

O objetivo do projeto é divulgar o cinema brasileiro para um público com pouco acesso a suas obras. Além disso, atingirá diversas cidades brasileiras, incluindo as cidades interioranas onde não contam com salas de cinema como em Pernambuco, Santa Catarina, Fernando de Noronha, Mato Grosso do Sul e outros Estados.

As exibições, em salas a serem dotadas de aparelhamento digital, serão semanais e no próximo mês começam os primeiros eventos neste sentido, com entrada gratuita. Depois dos filmes, estão previstos debates para reflexão sobre os temas apresentados, além de outras atividades relacionadas. Os debates visam estimular as discussões por parte das populações locais.

As salas de exibição serão instaladas nos espaços administrados pelo IPHAN ou pelas prefeituras, pelas secretarias de cultura locais ou por instituições da sociedade civil que estabeleçam parceria com o IPHAN. O projeto terá acompanhamento da Secretaria do Audiovisual, responsável pelo fornecimento dos equipamentos e dos filmes da Programadora Brasil, que possui um expressivo catálogo de filmes brasileiros.

A iniciativa do projeto Cine Mais Cultura pretende democratizar o acesso do público à cinematografia brasileira, cujo mercado é prejudicado pela predominância dos filmes produzidos pelo circuito comercial dos EUA. Junto a esta finalidade de estimular as plateias para o cinema nacional, o Cine Mais Cultura visa também apoiar a difusão da produção audiovisual brasileira através da exibição de filmes fora do circuito comercial. A prioridade da ação é atender as localidades rurais e urbanas desprovidas de salas de cinema, localizadas em diversas cidades ou regiões metropolitanas e nas periferias dos grandes centros urbanos. No Brasil, a concentração de cinemas comerciais, no âmbito geral, envolve apenas 8% do território nacional.

Oficinas de capacitação cineclubista também serão realizadas, tendo a finalidade de qualificar as pessoas que irão lidar com a realização de programação, com a divulgação e com a mediação dos debates das sessões. Outra meta prevista é o estímulo aos responsáveis pelos cinemas envolvidos a promover o diálogo com a comunidade local, procurando incentivá-la para a participação efetiva nas atividades.

O desenvolvimento do trabalho conta com apoio de um manual produzido pelo projeto, através de parceria feita com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC).

AS PRIMEIRAS 28 CIDADES BENEFICIADAS

Alagoas
Marechal Deodoro :: Casa do Patrimônio Iphan (antiga Casa de Câmara e Cadeia). Rua Dr. Tavares Bastos, s/n, centro.

Amapá
Macapá :: Museu Fortaleza de São José de Macapá. Rua Cândido Mendes.

Ceará
Aracati :: Cine Teatro Municipal. Rua Coronel Alexanzito, 697, centro.
Icó :: Teatro da Ribeira dos Icós. Largo do Théberge, s/n, centro.
Sobral :: Sala Falb Rangel – Sec. da Cultura e Turismo. Av. Dom José, 881, centro.

Goiás
Corumbá de Goiás :: Cine Teatro Esmeralda. Praça da Matriz, s/n.
Goiás :: Prédio da Sociedade Santa Cecília. Rua Maximiano Mendes, 12, centro.
Pirenópolis:: Cine Pireneus. Rua Direita, 05, centro.

Maranhão
Alcântara :: Cineclube Tororó. Rua da Independência, s/n.

Minas Gerais
Diamantina :: Casa de Chica da Silva. Escritório Técnico do Iphan. Praça Lobo de Mesquita, 266, centro.

Mato Grosso do Sul
Corumbá :: Escritório Técnico do Iphan. Rua Manoel Cavassa, s/n, Porto Geral, Beira Rio.

Pernambuco
Fernando de Noronha :: Largo da Igreja de N. S. dos Remédios.
Goiana :: Cine Teatro Polyteama. Av. Marechal Deodoro da Fonseca, s/n, centro.

Piauí
Amarante :: Centro Cultural de Amarante Casa Odilon Nunes. Praça Rio Nunes, Conjunto Redenção, Quadra. D, s/nº.
Oeiras :: Cine Teatro Oeiras. Praça das Vitórias, s/n, centro.
Parnaíba :: Cooperativa Educacional Logos – COOPEL. Rua Florindo de Castro, 460, centro.
Pedro II :: Memorial Tertuliano Brandão Filho, R. Tertuliano Filho R. Vasco da Gama, 236, centro

Rio de Janeiro
São Pedro da Aldeia :: Teatro Municipal Dr. Átila Costa. Rua Francisco Santos s/n, centro.

Rio Grande do Sul
Antônio Prado :: Centro Cultural Padre Schio – Prefeitura Municipal de Antônio Prado. Rua Laurindo Zanotto, 158.
Jaguarão :: Prefeitura Municipal de Jaguarão – Secretaria de Cultura e Turismo. Praça Alcides Marques, 89.
Piratini :: Prefeitura Municipal de Piratini. Rua Comendador Freitas, 255.
São Miguel das Missões :: Escritório Técnico do Iphan em São Miguel das Missões. Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo.
São Nicolau :: Paróquia São Nicolau das Missões. Rua Profa Nilza de Moura e Silva, 1411.

Santa Catarina
Itaiópolis :: Espaço Hugo Dylla. Rua Alfredo Schneider, s/nº, Alto Paraguaçu.
Laguna :: Casa do Patrimônio Iphan. Praça Vidal Ramos, 118, centro.
São Francisco do Sul :: Museu Nacional do Mar. Manoel Lourenço de Andrade, 133, centro.

Sergipe
Laranjeiras :: Antigo Fórum Levindo Cruz. Rua José do Prado Franco, s/n, centro.

Tocantins
Natividade :: Secretaria de Cultura de Natividade. Praça da Matriz, 10, centro.

FONTES: IPHAN, MinC.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A POLÊMICA DA HISTÓRIA DAS MENTALIDADES

Por Alexandre Figueiredo Recentemente, a mídia lançou mão da história das mentalidades para legitimar tendências e ídolos musicais de gosto bastante duvidoso. O "funk carioca", o pagode baiano, o forró-brega, o breganejo e outros fenômenos comerciais da música feita no Brasil sempre lançam mão de dados biográficos, de sentimentos, hábitos pessoais dos envolvidos, chegando ao ponto da ostentação da vida pessoal. Também são mostradas platéias, e se faz uma pretensa história sociológica de seus fãs. Fala-se até em "rituais" e as letras de duplo sentido - na maioria das vezes encomendada por executivos de gravadoras ou pelos empresários dos ídolos em questão - são atribuídas a uma suposta expressão da iniciação sexual dos jovens. Com essa exploração das mentalidades de ídolos duvidosos, cujo grande êxito na venda de discos, execução de rádios e apresentações lotadas é simétrico à qualidade musical, parece que a História das Mentalidades, que tomou conta da abordagem his

O RESSENTIMENTO "POSITIVO" DE UMA ESQUERDA FESTIVA E VIRA-LATA

ROGÉRIO SKYLAB ENTREVISTA O PARCEIRO MICHAEL SULLIVAN NO PROGRAMA APRESENTADO PELO PRIMEIRO, MATADOR DE PASSARINHO, DO CANAL BRASIL. Por Alexandre Figueiredo Estranha a esquerda que exerce o protagonismo nos governos de Lula. Uma esquerda não apenas de perfil identitário, o que já causa estranheza, por importar um culturalismo próprio do Partido Democrata, sigla da direita moderada dos EUA. É uma esquerda que prefere apoiar alguns valores conservadores do que outros, mais progressistas, mas vistos erroneamente como "ultrapassados". Trata-se de uma esquerda que, no ideário marxista, se identifica com o perfil pequeno-burguês. Uma "esquerda" de professores, artistas ricos, celebridades, socialites, jornalistas da grande mídia, carregados de um juízo de valor que destoa das causas esquerdistas originais, por estar mais voltado a uma visão hierárquica que vê no povo pobre um bando de idiotas pueris. Essa esquerda está distante do esquerdismo tradicional que, em outros t

OS TATARANETOS DA GERAÇÃO DA REPÚBLICA VELHA

Por Alexandre Figueiredo O que faz a elite que apoia incondicionalmente o governo Lula e obtém hábitos estranhos, que vão desde falar "dialetos" em portinglês - como na frase "Troquei o meu boy  pelo meu dog " - até jogar comida fora depois de comer cinco garfadas de um almoço farto, ser comparável às velhas elites escravocratas, fisiológicas e golpistas do passado, incluindo a "cultura do cabresto" das elites da República Velha? Apesar do verniz de modernidade, progressismo e alegria, a elite que obteve o protagonismo no cenário sociocultural comandado pelo atual mandato de Lula - que sacrificou seus antigos princípios de esquerda preferindo artifícios como a política externa e o fisiologismo político para obter vantagens pessoais - , trata-se da mesma sociedade conservadora que tenta se repaginar apenas expurgando os radicais bolsonaristas, hoje "bodes expiatórios" de tudo de ruim que aconteceu na História do Brasil. A mediocrização cultural, a