Por Alexandre Figueiredo Michael Sullivan, "MPB de vanguarda"? Gretchen, "ícone cult "? Leandro Lehart, "artista alternativo"? De repente, o crescimento extremo da música brega-popularesca nos últimos 50 anos, que atingiu níveis ainda maiores na medida em que o tempo passa, criou uma falsa impressão de que ela é a "música brasileira" por excelência e que, por isso, nomes veteranos se acham no direito de se autoproclamarem contrários ao comercialismo que os consagraram. É como quem cospe no prato em que comeu, e, no desespero de tentar voltar à carreira, apela para pretensões fora da realidade. Que as pessoas podem mudar, é verdade, mas não a ponto de considerarmos que a vida seja uma "casa da Mãe Joana" de supostos arrependidos ou de arrivistas que, sem se arrependerem do que fizeram, apenas mudaram suas estratégias e atitudes como quem troca de roupa. A gourmetização da cultura popularesca, que se deu desde a atuação da intelectualidad...