Por Alexandre Figueiredo Como naqueles episódios em que alguém atira uma pedra na vidraça de uma casa e foge, o discurso do "combate ao preconceito" praticamente desapareceu sem que houvesse alguma autocrítica por parte de seus ideólogos. A ideia de aceitar a suposta cultura da bregalização, a "cultura" brega-popularesca ou "popular demais", que durante pouco mais de 15 anos prevaleceu no discurso midiático aparentemente unânime, entre 2000 e 2016, antecipou o golpe político que se deu nos últimos anos, se constituindo num golpe cultural que apenas se disfarçou sob um verniz "progressista". Hoje vemos Jair Bolsonaro fazendo críticas à Lei Rouanet, denunciada por seus opositores por ser uma espécie de "mamata" para cantores e ídolos popularescos de grande sucesso. Em que pese o caráter leviano da declaração do hoje presidente da República, é claro que o discurso da bregalização, em parte, foi para favorecer a concessão de Lei Ro...