Pular para o conteúdo principal

FOTOS DA EXPOSIÇÃO DE ARTE RECICLÁVEL EM NITERÓI



Por Alexandre Figueiredo

No começo de maio, aconteceu na Galeria de Arte La Salle, no campus da Universidade La Salle localizado na rua Gastão Gonçalves, 79, em Santa Rosa, na proximidade do Largo do Marrão, em Niterói, uma exposição de obras de arte feitas com material reciclável. As fotos desta postagem foram tiradas por mim.

São obras feitas com garrafas pet, discos de vinil, papelão, madeira e outros materiais que foram inutilizados, e que se tornaram matérias-primas para tais produções. A exposição contou com trabalhos de 13 artistas plásticos, de Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e Campos.


Destes 13 artistas, dez são independentes e três ligados a associações, todos envolvidos com o tema "Arte e Sustentabilidade", que, além de divulgar os talentos dos artistas e promover uma interação com o público, dão uma ideia de como se pode reaproveitar material obsoleto.

São caixas, bonecas, utensílios e móveis, e até mesmo violão, ou quadros e objetos decorativos que serviriam para enfeitar a sala de estar. A arte também mostra uma função educativa de que se deve reciclar o material inutilizado para outros fins, evitando a degradação ambiental.


ARTISTA PLÁSTICO MANTÉM BIBLIOTECA GRATUITA AO AR LIVRE

Um dos destaques da exposição são as obras do artista plástico e estofador Marcos Vinícius, cuja consciência ecológica se estende também por um trabalho realizado nas manhãs de sábados e domingos no Campo de São Bento, um dos principais pontos de Niterói situado próximo à Av. Roberto Silveira, em Icaraí.

Esse trabalho é uma biblioteca ao ar livre, em que qualquer um que passe por perto pode deixar um livro ou pegar o que se encontra numa pequena estante e sobre algumas caixas. Revistas também seguem o mesmo esquema de disponibilidade e doação.


Marcos, na exposição, aparece com diversos quadros e móveis, como as duas imagens acima, com uma cadeira decorada com pintura de calçadão de praia e uma moldura com antigos discos de vinil, além de peças como uma guitarra transformada em objeto decorativo, entre tantas outras.

Ele mantém a biblioteca desde setembro de 2013 e o próprio lema "Leve o que quiser. Traga quando puder" dá uma boa ideia desse espírito de reaproveitamento de material inutilizado pelo mercado, já que o intercâmbio de livros usados é uma maneira sustentável de valorizar esse material.

Graças à sua iniciativa, houve caso de um antigo funcionário de uma companhia em São Paulo que se comoveu ao ver três volumes do raríssimo livro São Paulo - Cidade da Light, e decidiu levar a coleção, prometendo doar alguns livros antigos.

Por alguma coincidência, o senhor trouxe um livro de Hermógenes que Marcos Vinícius estava procurando para presentear à sua filha adolescente. Marcos não havia feito qualquer pedido a respeito para o senhor, mas a coincidência fez com que a procura fosse enfim realizada.

Experiências assim ensinam que, por trás da reciclagem de materiais, também podem haver a reciclagem de relações humanas, através das relembranças e do reaproveitamento que aproximam passado, presente e futuro, transformando matérias em fatores de integração social.

FONTES: O São Gonçalo, O Kylocyclo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

IPHAN TOMBA CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA

Por Alexandre Figueiredo No dia 05 de agosto de 2008, o Centro Histórico da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, passa a ser considerado patrimônio histórico. Uma cerimônia realizada na Câmara Municipal de João Pessoa celebrou a homologação do tombamento. No evento, estava presente o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Luiz Fernando de Almeida, representando não somente a instituição mas também o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, ausente na ocasião. Luiz Fernando recebeu dos parlamentares municipais o título de "Cidadão Pessoense", em homenagem à dedicação dada ao Centro Histórico da capital paraibana. Depois do evento, o presidente do IPHAN visitou várias áreas da cidade, como o próprio local tombado, além do Conjunto Franciscano, o Convento Santo Antônio e a Estação Cabo Branco, esta última um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer que foi inaugurado no mês passado. Luiz Fernando de Almeida participou também da abertura da Fei...

A POLÊMICA DA HISTÓRIA DAS MENTALIDADES

Por Alexandre Figueiredo Recentemente, a mídia lançou mão da história das mentalidades para legitimar tendências e ídolos musicais de gosto bastante duvidoso. O "funk carioca", o pagode baiano, o forró-brega, o breganejo e outros fenômenos comerciais da música feita no Brasil sempre lançam mão de dados biográficos, de sentimentos, hábitos pessoais dos envolvidos, chegando ao ponto da ostentação da vida pessoal. Também são mostradas platéias, e se faz uma pretensa história sociológica de seus fãs. Fala-se até em "rituais" e as letras de duplo sentido - na maioria das vezes encomendada por executivos de gravadoras ou pelos empresários dos ídolos em questão - são atribuídas a uma suposta expressão da iniciação sexual dos jovens. Com essa exploração das mentalidades de ídolos duvidosos, cujo grande êxito na venda de discos, execução de rádios e apresentações lotadas é simétrico à qualidade musical, parece que a História das Mentalidades, que tomou conta da abordagem his...

SÍLVIO SANTOS E ROBERTO CARLOS: COMEÇO DO FIM DE UMA ERA?

Por Alexandre Figueiredo Símbolos de um culturalismo aparentemente de fácil apelo popular, mas também estruturalmente conservador, o apresentador Sílvio Santos e o cantor Roberto Carlos foram notícias respectivamente pelos seus desfechos respectivos. Sílvio faleceu depois de vários dias internado, aos 94 anos incompletos, e Roberto anunciou sua aposentadoria simbólica ao decidir pelo encerramento, previsto para o ano que vem, do seu especial de Natal, principal vitrine para sua carreira. Roberto também conta com idade avançada, tendo hoje 83 anos de idade, e há muito não renova sua legião de fãs, pois há muito tempo não representa mais algum vestígio de modernidade sonora, desde que mudou sua orientação musical a um romantismo mais conservador, a partir de 1978, justamente depois de começar a fazer os especiais natalinos da Rede Globo de Televisão.  E lembremos que o antigo parceiro de composições, Erasmo Carlos, faleceu em 2022, curiosamente num caminho oposto ao do "amigo de fé ...