Por Alexandre Figueiredo
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional está analisando o inventário recebido há duas semanas pela presidenta Jurema Machado das mãos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que contém os dossiês sobre as diversas manifestações ligadas ao maracatu, ritmo popular tradicional no Estado.
O inventário foi entregue no último dia 13, durante a abertura da VI Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, na sala de eventos do Palácio Provisório em Recife, que inaugurou um conjunto de eventos que incluiu debates, apresentações musicais, exposições, dança e visitas a museus e edifícios históricos.
Na semana, um dia antes da entrega do inventário, havia acontecido o seminário Patrimônio Cultural e Políticas Públicas: (Des) envolvimento e desafios, que discutiu as políticas de preservação cultural em Pernambuco, como as iniciativas do Estado, o acesso às fontes de cultura, novas tecnologias e gestões, educação patrimonial e paisagens culturais.
As expressões do maracatu, do cavalo-marinho e do caboclinho, que se manifestam no Carnaval mas se estendem também em qualquer período do ano, estão sendo apreciados por técnicos do Conselho Consultivo do IPHAN.
Conforme afirmou a diretora do setor de Preservação Cultural da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Célia Campos, os bens que integram o inventário poderão fazer parte do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, que beneficiarão o patrimônio através de políticas de investimentos, divulgação, gestão e preservação.
A Fundarpe é uma instituição estadual ligada ao patrimônio cultural de Pernambuco e promoveu a VI Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco junto ao IPHAN. O maracatu é considerado cartão postal para o turismo no Estado e, com a concessão do título de Patrimônio Cultural pelo IPHAN, será beneficiado por políticas federais para valorização, apoio e fomento dessas manifestações.
O inventário foi encaminhado para Brasília. Ainda não há um prazo para a conclusão dos trabalhos, mas, assim que eles forem encerrados, será divulgada a data em que os bens terão parecer definitivo dos técnicos do Conselho Consultivo do IPHAN.
“Acreditamos que esses bens culturais possuem boas chances de ganhar o título, visto que o processo de inventário contou com a participação dos detentores (mestres, integrantes, comunidade e entidades representativas), das pessoas que fazem e vivem essas formas de expressão. Além disso, os técnicos da superintendência do Iphan acompanharam o processo, contribuindo para a produção de produtos qualitativos”, disse Célia, otimista com as chances de aprovação dos bens envolvidos.
Jurema Machado, por sua vez, afirma: “Pernambuco vive um momento de cuidado com sua cultura. Tornar-se patrimônio cultural do Brasil não se limita a ter uma festa. É preciso que essa manifestação seja acompanhada por um trabalho de documentação, ao lado dos mestres, que é o que vemos sendo feito em Pernambuco com muito critério”.
FONTES: IPHAN, Folha de Pernambuco.
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