Por Alexandre Figueiredo
Foi anunciado na semana passada, pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, o envio de recursos financeiros na ordem de R$ 500 mil para ações de recuperação no patrimônio histórico de Goiás Velho, cidade castigada pelas chuvas neste mês.
Ana e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Luiz Fernando de Almeida, receberam um relatório sobre os danos provocados pela chuva, no centro histórico da antiga capital goiana. A ministra havia visitado a cidade para conhecer a situação.
A ocorrência da chuva fez o Rio Vermelho, que passa pelo município, transbordar, o que causou sérios danos em várias casas no local. Duas delas foram totalmente danificadas. Pontes foram destruídas. 42 dos 800 imóveis tombados da cidade sofreram danos. As duas casas perdidas fazem parte desse acervo arquitetônico. Outras dez pontes estão ameaçadas e 123 famílias estão desabrigadas.
Uma das pontes destruídas está localizada próximo ao museu que havia sido residência da poetisa Cora Coralina, falecida há 25 anos. A casa não sofreu danos, mas foi interditada por medidas de segurança, até que um laudo da Defesa Civil autorize a liberação de seu acesso. O acervo já havia sido transferido para a Igreja do Rosário, por razões preventivas.
Goiás Velho sofreu sua pior enchente há quase dez anos, no final de 2001. Na época, até a casa de Cora Coralina foi atingida. O episódio ocorreu pouco depois da cidade ter sido incluída entre os Patrimônios da Humanidade existentes no Brasil.
A chuva no local atingiu, nos 13 primeiros dias deste ano, o equivalente a 90% das chuvas previstas para o referido mês, com as águas atingindo 218 milímetros. O relatório divulgado aponta, como fatores de ocorrência das enchentes, a erosão das margens e o grande número de curvas estreitas no curso de água, que aumenta a força da correnteza quando a vazão aumenta.
O valor dos recursos emergenciais não está fechado. A quantia de R$ 500 mil é um adiantamento. Na medida em que for avaliado o orçamento, com base no relatório dos danos causados, mais verbas serão aplicadas.
"A verba tem caráter emergencial, mas o trabalho será permanente. A Cidade de Goiás tem um diferencial em relação às outras cidades. Ela é fundamental para a memória, para a lembrança e para a história do Brasil", afirmou a ministra.
FONTES: IPHAN, Correio Braziliense.
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