Pular para o conteúdo principal

MINISTÉRIO PÚBLICO E IPHAN FAZEM ALERTA SOBRE CADASTRO OBRIGATÓRIO



Por Alexandre Figueiredo

O Ministério Público Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) realizaram uma reunião, na tarde do último dia 24 de março, na Procuradoria da República de Pernambuco, em Recife, dedicada a avaliar a obrigatoriedade do cadastro de antiguidades. Entre os presentes estavam a procuradora da República Mona Lisa Duarte Ismail, o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do IPHAN, Dalmo Vieira Filho, o superintendente regional do IPHAN em Pernambuco, Frederico Faria Neves de Almeida, entre técnicos, cientistas sociais e outros participantes. Também foram convocados todos os comerciantes que se envolvem com antiguidades no Estado de Pernambuco.

No evento, a museóloga Til Pestana, da sub-gerência de Bens Móveis e Integrados do IPHAN, fez uma palestra esclarecendo a importância dos bens móveis e integrados, e a necessidade que os mesmos devem em ser objeto de cadastramento. Por sua vez, os técnicos do IPHAN fizeram uma exposição a respeito do cadastramento, explicando o modo de preenchimento da ficha de cadastro.

A obrigatoriedade do cadastro se destina aos negociantes de antiguidades, de obras de arte, manuscritos e livros antigos e raros. O ato de cadastro será de feito pelo IPHAN, e os negociantes de antiguidades que não cadastrarem estarão sujeitos aos processos administrativo, civil e criminal. Depois de realizada a reunião, os negociantes foram se inscrever no Cadastro Especial de Negociantes de Obras de Arte, Antiguidades, Livros Antigos ou Raros e Manuscritos.

O comerciante deverá apresentar ao IPHAN, no ato do cadastramento, uma lista descritiva relacionando os objetos que estão disponíveis para comercialização ou que estão em estoque ou reserva. Conforme a Instrução Normativa do IPHAN número 1, de 11 de junho de 2007, são obrigados a realizar o cadastramento as pessoas jurídicas ou físicas que exerçam suas atividades através de venda direta, em consignação, leilão, agenciamento, comércio eletrônico ou por qualquer outro meio de contratação.

De acordo com o disposto no Decreto-lei n] 25, de 30 de novembro de 1937, poderá o IPHAN inspecionar os bens históricos e artísticos de que trata a Instrução Normativa número 1, assim como solicitar qualquer informação a respeito deles, sem depender do local onde esses bens se encontrem, e sempre que considerar conveniente e oportuno fazê-lo.

FONTES: IPHAN, ABER (Associação Brasileira de Encadernação e Restauro).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A POLÊMICA DA HISTÓRIA DAS MENTALIDADES

Por Alexandre Figueiredo Recentemente, a mídia lançou mão da história das mentalidades para legitimar tendências e ídolos musicais de gosto bastante duvidoso. O "funk carioca", o pagode baiano, o forró-brega, o breganejo e outros fenômenos comerciais da música feita no Brasil sempre lançam mão de dados biográficos, de sentimentos, hábitos pessoais dos envolvidos, chegando ao ponto da ostentação da vida pessoal. Também são mostradas platéias, e se faz uma pretensa história sociológica de seus fãs. Fala-se até em "rituais" e as letras de duplo sentido - na maioria das vezes encomendada por executivos de gravadoras ou pelos empresários dos ídolos em questão - são atribuídas a uma suposta expressão da iniciação sexual dos jovens. Com essa exploração das mentalidades de ídolos duvidosos, cujo grande êxito na venda de discos, execução de rádios e apresentações lotadas é simétrico à qualidade musical, parece que a História das Mentalidades, que tomou conta da abordagem his

O RESSENTIMENTO "POSITIVO" DE UMA ESQUERDA FESTIVA E VIRA-LATA

ROGÉRIO SKYLAB ENTREVISTA O PARCEIRO MICHAEL SULLIVAN NO PROGRAMA APRESENTADO PELO PRIMEIRO, MATADOR DE PASSARINHO, DO CANAL BRASIL. Por Alexandre Figueiredo Estranha a esquerda que exerce o protagonismo nos governos de Lula. Uma esquerda não apenas de perfil identitário, o que já causa estranheza, por importar um culturalismo próprio do Partido Democrata, sigla da direita moderada dos EUA. É uma esquerda que prefere apoiar alguns valores conservadores do que outros, mais progressistas, mas vistos erroneamente como "ultrapassados". Trata-se de uma esquerda que, no ideário marxista, se identifica com o perfil pequeno-burguês. Uma "esquerda" de professores, artistas ricos, celebridades, socialites, jornalistas da grande mídia, carregados de um juízo de valor que destoa das causas esquerdistas originais, por estar mais voltado a uma visão hierárquica que vê no povo pobre um bando de idiotas pueris. Essa esquerda está distante do esquerdismo tradicional que, em outros t

OS TATARANETOS DA GERAÇÃO DA REPÚBLICA VELHA

Por Alexandre Figueiredo O que faz a elite que apoia incondicionalmente o governo Lula e obtém hábitos estranhos, que vão desde falar "dialetos" em portinglês - como na frase "Troquei o meu boy  pelo meu dog " - até jogar comida fora depois de comer cinco garfadas de um almoço farto, ser comparável às velhas elites escravocratas, fisiológicas e golpistas do passado, incluindo a "cultura do cabresto" das elites da República Velha? Apesar do verniz de modernidade, progressismo e alegria, a elite que obteve o protagonismo no cenário sociocultural comandado pelo atual mandato de Lula - que sacrificou seus antigos princípios de esquerda preferindo artifícios como a política externa e o fisiologismo político para obter vantagens pessoais - , trata-se da mesma sociedade conservadora que tenta se repaginar apenas expurgando os radicais bolsonaristas, hoje "bodes expiatórios" de tudo de ruim que aconteceu na História do Brasil. A mediocrização cultural, a