Por Alexandre Figueiredo Numa empresa de telemarketing em São Paulo, durante uma manhã de um dia útil, um supervisor tocou um repertório de música brega. Uma funcionária, achando que isso é uma demonstração de felicidade, cantou junto uma das músicas tocadas, com um entusiasmo explícito. Oficialmente, a música brega é vista como a "liberação" do que se consideram os sentimentos ocultos dos brasileiros, como se fosse algo entalado na goela querendo sair pela boca. Mas a verdade é que essa constatação se deve a uma narrativa difundida pela sociedade burguesa que exerce influência dominante na aparente opinião pública que se divulga nas redes sociais e se reflete no cotidiano de muita gente dotada de boa-fé. Essas narrativas se vendem como se fosse um consenso natural de todos os brasileiros e sua propagação é atribuída à vontade espontânea das classes populares. Mas, recentemente, ando pesquisando a respeito dessas narrativas e constatei que essa narrativa é própria de uma eli...