Por Alexandre Figueiredo Dizem que gosto não se discute. Mas torna-se estranha a prevalência, no gosto da maioria esmagadora dos brasileiros, de músicas de valor bastante duvidoso ou, se não for o caso, de um escasso repertório de músicas e intérpretes que, independente de serem bons ou não, são sempre vistos sob a referência do sucesso comercial ou de contextos bastante convencionais, como estar numa trilha sonora de novela da Rede Globo ou ser tema de um filme de sucesso no cinema estadunidense. Todavia, o que pouca gente sabe e boa parte dela não quer saber é que existem elites que regulam e determinam o que o brasileiro médio deve ouvir. Não se trata de um processo espontâneo como o ar que respiramos e toda a onda de gourmetizar o mainstream ou mesmo o comercialismo tosco da música popularesca, vendendo tudo como falsa vanguarda, é também um processo muito calculado para atingir interesses comerciais estratégicos. Afinal, se existe hoje a moda de vender como "vanguarda" ...