Por Alexandre Figueiredo Depois de 20 anos, quando se formou uma geração de intelectuais comprometida com a abordagem populista da bregalização cultural, a utopia por eles lançada decai, criando um clima de tristeza e de ressaca diante dos efeitos drásticos que a apologia à breguice trouxe para a realidade. A utopia pressupunha que a defesa da bregalização cultural, inserindo seus valores e, sobretudo, seus ícones musicais, para um público considerado de melhor qualificação cultural, iria promover uma grande revolução cultural e uma ampla democratização e celebração da diversidade plena, com o diálogo entre a tradição e a vanguarda, o artístico e o comercial. Isso tudo era promovido sob o pretexto do "combate ao preconceito", e a suposta celebração da diversidade cultural, querendo transformar meros fenômenos comerciais em supostos folclores do futuro, sob a desculpa de "fazerem parte" do cotidiano vivido pelas classes populares e "representar" se...