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Mostrando postagens de 2025

A FARIA LIMA TORNOU-SE "DONA" DA CULTURA BRASILEIRA?

Por Alexandre Figueiredo Estamos vivendo uma cultura estranha no Brasil, aparentemente popularizada. Bregalização cultural, dialetos em inglês, hedonismo desenfreado e, de certa forma, autoritário, ou seja, a imposição do "prazer" aos outros, como ter uma namorada, curtir futebol ou comer pão com mortadela, e um gosto musical repetitivo voltado ao hit-parade  estrangeiro e aos "sucessos do povão". Há a supervalorização de nomes como Michael Jackson, que nunca foi um artista genial e que, nos últimos anos de vida, se comportou como uma subcelebridade em busca de sensacionalismo. Da mesma forma, também há a superestima aos Guns N'Roses, banda de poser metal  que também é beneficiada pela valorização exagerada dos fãs brasileiros. E isso acompanhado de nomes de baixa representatividade internacional que aqui são superestimados, como Outfield, Live, Information Society e Johnny Rivers. Temos uma situação estranha, pois este não é o Brasil cultural que queríamos, que...

HÁ 35 ANOS, RADIALISMO ROCK ENTRAVA EM DECADÊNCIA NO BRASIL

Por Alexandre Figueiredo A partir do fim dos anos 1980, o radialismo rock entrou numa fase de decadência. As rádios especializadas e dotadas de um perfil diferenciado passaram a sofrer a concorrência predatória de emissoras comerciais que, de rock, só tinham o rótulo e a presença de uns dois, três ou, no máximo, meia-dúzia de programas específicos. Enquanto rádios seminais como Fluminense FM, de Niterói, 97 Rock, de Santo André, Estação Primeira, de Curitiba e Ipanema FM, de Porto Alegre, tiveram que diluir seu formato para sobreviver, restringindo a quantidade de músicas e artistas tocados e aderindo à "estética MTV", um sem-número de FMs de pop ou popularesco, em várias partes do país, se fantasiava de "rádios rock" sem uma adequação ao segmento, cometendo erros grosseiros e constrangedores com a presença de locutores pop, que descrevermos com mais detalhes a seguir. Com um grande jogo de aparências, as “rádios rock” dos anos 1990 tinham uma estrutura empresarial ...

MÚSICA POPULARESCA É, EM GRANDE PARTE, UM MERO KARAOKÊ

Por Alexandre Figueiredo A campanha do "combate ao preconceito" movimentou a grande mídia empresarial, a partir da Rede Globo e da Folha de São Paulo mas ganhando as páginas da Isto É, Veja, Caras e Estadão. No entanto, o proselitismo dos intelectuais pró-brega também fez a chamada mídia alternativa, que poderia servir de contraponto a essa visão, a pensar conforme a visão dominante da grande mídia, no que se refere aos fenômenos popularescos. A mídia alternativa pagou caro por essa adesão, quando fez suas editorias culturais pensarem e agirem igualzinho à cobertura popularesca do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo. Mordendo a isca da "luta contra o preconceito" e embarcando em conceitos verdadeiramente preconceituosos trazidos por intelectuais burgueses - que atribuíam o comercialismo popularesco como "cultura das periferias", como eles entendiam ser a "cultura popular" - , a mídia de esquerda sofreu crise financeira e o "combate ao p...

IPHAN CONTRATA OBRAS DE EMERGÊNCIA PARA RECUPERAR IGREJA EM SALVADOR

Por Alexandre Figueiredo A primeira semana de fevereiro de 2025 foi marcada por uma tragédia em Salvador. O teto da Igreja de São Francisco de Assis, uma das principais edificações que se situam ao redor do Terreiro de Jesus, no Centro Histórico, desabou no último dia 05, matando uma pessoa e ferindo outras seis. A vítima fatal foi uma turista da cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista, Giulia Panchioni Righetto, de 26 anos, que estava apenas há um dia na capital baiana. É mais um incidente problemático que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) enfrenta, na sua 7ª Superintendência Regional (Bahia e Sergipe), depois que, entre outras coisas, um edifício que contrastava com o paisagismo da Praia da Barra foi projetado e aceito pela autarquia a pedido do político Geddel Vieira Lima, então um dos ministros do presidente Michel Temer, em 2016. O IPHAN é acusado de descaso com a Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como a Igreja de Ouro, por conta do...

O NEGÓCIO POR TRÁS DA GOUMETIZAÇÃO DO BREGA-POPULARESCO

IMAGEM ILUSTRATIVA MOSTRA COMO OS EMPRESÁRIOS DO ENTRETENIMENTO TENTAM CONVENCER OS CRÍTICOS MUSICAIS A EVITAR FALAR MAL DA MEDIOCRIDADE MUSICAL DOMINANTE NO BRASIL. Por Alexandre Figueiredo  A onda de narrativas que glamouriza os antigos ídolos da música pipularesca anda chamando a atenção por sua aparente objetividade. A exaltação de fenômenos como o "pagode romântico", a celebração dos 40 anos da axé-music e o saudosismo de resultados do brega-vintage mostra que existe um movimento de faz-de-conta que tenta forjar genialidade no comercialismo fácil dos ídolos da música brega-popularesca. Com fenômenos recentes como a entrevista do cantor de "pagode romântico" Péricles no Fantástico, as homenagens ao cantor Luís Caldas pela obra "pioneira" da axé-music e, pouco tempo atrás, pela antecipação dos 30 anos do É O Tchan - outro nome da axé-music - aos 28 anos de carreira e o hype  da música "Evidências", composição de José Augusto nas vozes de Chitã...